MARIA DUSÁ

O ROMANCE

O romance Maria Dusá, escrito por Lindolfo Rocha, teve a sua primeira edição publicada em 1910 por Lelo & Irmão, Livraria Chardron, Porto, em Portugal. Esta edição possuía o subtítulo (Garimpeiros) – romance de costumes sertanejos e “chapadistas”” e constituía de 312 páginas. No entanto, o romance já havia sido publicado em folhetim, no Jornal Diário de Notícias, da cidade de Salvadorno ano de 1908.

Trata-se de um romance ambientado em um ciclo diamantífero do interior baiano, entrecortado pela fome, violência e miséria causadas pela seca que ficou conhecida como “fome de 60”, em 1860. Lindolfo Rocha buscou retratar nesse romance a vida nas Lavras Diamantinas (Chapada Diamantina-BA), as paisagens, tradições, costumes e linguagem. Embora seja um livro essencialmente brasileiro, durante algumas décadas após a sua primeira publicação ficou “esquecido”, como um romance pouco lido, pela falta de exemplares à venda, devido “[…] a tiragem reduzida, somando-se a isso o incêndio da Biblioteca Pública da Bahia […]” (Cerqueira, 1995, p. 113). Além disso, é importante elucidar que a única publicação realiza pelo autor foi a primeira edição, editada pela Livraria Chardron, fato que também contribuiu para desaparição e circulação do romance por um extenso período.

A história de Maria Dusá resume-se em um doloroso triângulo amoroso envolvendo o tropeiro mineiro Ricardo Brandão, Maria Alves (Mariazinha) e a própria protagonista Maria Dusá. Ricardo, em suas andanças pelo sertão baiano em direção às lavras da Chapada Diamantina, conhece Maria Alves, mulher que “roubou” o seu coração e jamais conseguiria tirar da memória. Logo após a sua chegada à Chapada Diamantina, Ricardo conhece Maria Dusá, prostituta afamada, ostentadora de grande luxo, cuja aparência fisionômica muito semelhante com Maria Alves causou um grande emaranhado à cabeça e ao coração do tropeiro. A partir daí a trama é marcada por muitos conflitos, encontros e desencontros que, consequentemente, determinam o destino dessas personagens.

Além de Maria Dusá, Maria Alves e Ricardo Brandão, outros personagens contribuem para o desenrolar da narrativa: Raimundo Alves e Maria Rosa, pais de Maria Alves; Manuel Pingo d’Água, tropeiro e violeiro; Rita, a mucama obediente; a floricultura Dona Rosária; o português Moitinho; o judeu Bensabath; Maravia, o negro rezador; Aristo Alfaiate; o garimpeiro Antônio Roxo; José Calisto, o inspetor; o negociante João Felipe de Souza; o cão perdigueiro, fiel escudeiro de Ricardo Brandão.

A trama narrada ocorre em pleno coração da Chapada Diamantina, na maior parte no município de Andaraí, sobretudo nos povoados de Xique-Xique (hoje Igatu) e Passagem, e no município de Mucugê. A cidade de Andaraí está situada a 14 quilômetros de Igatu e a 33 quilometro de Mucugê. O povoado de Iguatu localiza-se entre os dois municípios, Andaraí e Mucugê.

https://www.chapadaadventure.com.br/como-chegar/
Rolar para cima